O endividamento a nível mundial não parou de aumentar desde a crise gerada pela especulação no mercado hipotecário nos EUA, em 2008, afirma um estudo divulgado a semana passada pelo McKinsey Global Institute (MGI).

«Em vez de reduzirem as suas dívidas, as principais economias estão hoje mais endividadas em relação ao seu Produto Interno Bruto (PIB) do que em 2007», afirmam os economistas da MGI, que consideram que esta situação «cria novos riscos para a estabilidade financeira e poderá ameaçar o crescimento mundial».

Em volume, o endividamento de todos os actores económicos (estados, empresas, particulares) aumentou 57 000 biliões de dólares entre 2007 e 2014, rondando agora os 200 000 biliões de dólares. Em 2014, as dívidas elevaram-se para 286 por cento do PIB, contra 269 por cento em 2007.

«Depois da crise [do sistema capitalista], o endividamento da maioria dos países aumentou em vez de diminuir», constatam os autores do estudo, fazendo notar que o rácio da dívida total em relação ao PIB aumentou em mais de 50 pontos percentuais em 14 das 22 economias desenvolvidas e em 25 pontos percentuais nos países em vias de desenvolvimento examinados pelo MGI.

Entre os países onde a dívida mais cresceu encontra-se a Irlanda, onde a dívida aumentou em 172 por cento em relação ao PIB entre 2007 e 2014, seguida por Singapura (129 por cento), Grécia (103 por cento) e Portugal (100 por cento).